DIA D DRUMMOND: 31 DE OUTUBRO
Ninfa Parreiras
Em 31 de outubro de 2002,
nascia o menino Carlos em Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais, conhecida pelas
suas fazendas e serras de minério de ferro. O minério deixou a cidade
desdentada, desbotada em sombras de ferrugem. Fez dela um retrato da exploração
desenfreada e mal cuidada. Ficaram a memória e a poesia de Carlos Drummond de
Andrade, considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa.
A infância, a família, os
dias vividos na fazenda iluminaram a sua escrita de pó e de ferro. De amor e de
tristeza. De lama e de lamento. Uma poética única, de linguagem universal, em
permanente conversa com a filosofia, a psicanálise, a sociologia, a política. E
com outras formas de manifestação de arte.
Em 1987, o poeta parte,
depois de morar anos no Rio de Janeiro, nos deixa uma obra imortal,
feita de minérios, constituída de contos, crônicas, cartas e poemas. Sua incansável
poesia nos consola, nos envolve, nos subtrai, nos arremessa em universos
inesperados que só a Arte Poética é capaz.
A partir de 2011, o Instituto
Moreira Salles – IMS passou a promover o dia 31 de outubro como o Dia D Drummond, para homenagear o poeta e
perpetuar a sua obra. Para 2014, o longa-metragem “Vida e verso de
Carlos Drummond de Andrade”, produzido pelo IMS, com roteiro e direção de
Eucanaã Ferraz e fotografia de Walter Carvalho, está sendo exibido em
diferentes partes do país. Consulte a programação: http://www.ims.com.br/ims/visite/programacao/diadrummond
O filme reúne quatro consagradas
vozes contemporâneas da nossa literatura: Joca Reiners Terron, Antonio Cicero,
Alberto Martins e Afonso Henriques Neto.
Para
abrir a semana, do alto de Santa Teresa, no castelo do Centro Educacional
Anísio Teixeira – CEAT, a multiplicidade de vozes de Drummond e dos escritores
recitadores ecoa pelos ventos da Cidade Maravilhosa.
imagens: IMS